As proteínas são macronutrientes fundamentais para a formação e manutenção dos músculos, síntese de enzimas e hormônios, além da recuperação de tecidos. Sua estrutura é composta por cadeias de mais de 20 tipos de aminoácidos, e a maneira como esses aminoácidos se organizam e se combinam é o que define o papel de cada proteína no corpo.
O consumo deve ser feito regularmente através de uma alimentação equilibrada. Em determinadas situações, há quem opte por aumentar a ingestão de proteínas, como ocorre com atletas ou pessoas que desejam ganhar massa muscular. Mas se for consumido em excesso, o que acontece no corpo? Há riscos? E qual é o limite?
Muito se fala em consumir proteína, o que é fundamental, porém o acúmulo excessivo pode causar consequências graves à sua saúde. Continue sua leitura e entenda melhor.
Como o corpo processa o excesso de proteína?
Quando um indivíduo consome proteína, o sistema digestivo quebra em unidades básicas, chamadas de aminoácidos, e eles são usados em diferentes estruturas e funções pelo corpo. No entanto, ao contrário das gorduras e carboidratos, o organismo não possui um sistema para armazenar os aminoácidos para uso do excesso no futuro. Para processar, o fígado entra em cena, removendo o grupo de nitrogênio dos aminoácidos no processo chamado deaminação. Quando tira o nitrogênio é liberado amônia, uma substância tóxica que o fígado converte em ureia, um composto menos tóxico. A ureia por sua vez é liberada na corrente sanguínea e é conhecida como um marcador renal.
Risco de sobrecarga renal com o excesso de proteína
Os rins têm a função de filtrar todos os compostos do sangue, e a ureia também precisa ser removida. Uma alimentação rica em proteína eleva os níveis de ureia no sangue, o que consequentemente gera a sobrecarga renal, fazendo com que os rins tentem trabalhar de modo “forçado”, comprometendo sua função, aumentando o risco de pedras e eliminando a ureia pela urina. Por isso, pacientes com doenças renais devem ficar ainda mais atentos com dieta dietas ricas proteínas.
Risco para o fígado
O acúmulo de proteína também pode gerar uma sobrecarga metabólica no fígado, fazendo com que ele trabalhe mais para promover o armazenamento de gordura, com isso, contribuindo para o desenvolvimento de doenças hepáticas. Em pessoas com doenças já pré-existentes nesse órgão, o risco é ainda maior.
Outros riscos
Além desses, o risco de câncer e problemas cardiovasculares também podem surgir. Devido ao consumo excessivo de carnes vermelhas ultraprocessadas como linguiça, bacon e salame, que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) são considerados os grupos de alimentos mais cancerígenos. No coração por sua vez, o consumo excessivo causa o surgimento de doenças cardiovasculares, pois os alimentos com proteínas contém gorduras saturadas, contribuindo para o aumento dos níveis de colesterol “ruim” no sangue, o LDL.
Sintomas de consumo exagerado de proteína
Os principais sintomas incluem:
- Ganho de peso corporal
- Desidratação
- Aumento da sede
- Excesso de gases
- Prisão de ventre ou diarreia
- Mau hálito
- Urina com espuma
Imagem: Freepik
Qual é a quantidade ideal de proteína por dia?
A The National Academy of Medicine orienta que adultos ingiram, diariamente, ao menos 0,8 grama de proteína por quilo de peso corporal. No entanto, atletas ou pessoas que buscam hipertrofia podem necessitar de quantidades maiores, variando entre 1,4 e 2 gramas por quilo de peso corporal, ou até mais.
A American Dietetic Association e a Dietitians of Canada recomendam que:
- Indivíduos sedentários ou pouco ativos: 0,8g/kg/dia.
- Indivíduos que praticam atividade física moderada: de 1,2 a 1,4g/kg/dia.
- Indivíduos que praticam atividade física intensa: 1,2 a 1,7g/kg/dia.
Quando buscar ajuda de uma nutricionista?
Se ainda sentir dificuldade em equilibrar uma dieta com o consumo adequado por dia de proteína, é recomendado procurar uma nutricionista para ser avaliado o seu caso de acordo com os seus objetivos. O profissional irá avaliar melhor suas necessidades e montar um cronograma com a quantidade ideal todos os dias.
Para manter a saúde em dia é importante consumir proteína de forma equilibrada, respeitando o que seu corpo precisa, e não se esqueça: o seu corpo precisa de equilíbrio para funcionar bem. Na medida certa, sem excessos e sem faltas.
Veja no Sena Nutri, dicas de uma alimentação com proteínas para aproveitar da melhor forma os benefícios.