Quem treina regularmente já se pegou no dilema: afinal, qual batata escolher para otimizar os resultados? A disputa entre batata-doce e batata inglesa virou quase uma guerra nas academias e consultórios nutricionais. Mas será que existe mesmo uma vencedora nessa batalha? A resposta pode surpreender quem acredita que apenas uma delas merece espaço no prato fitness.
O mito do índice glicêmico
A fama da batata-doce passou a ser reconhecida entre atletas e pessoas preocupadas com a forma física. A batata inglesa possui um índice glicêmico superior a 70, sendo classificada como alta, enquanto a batata-doce é considerada de índice glicêmico moderado, variando entre 44 e 63. Essa pequena variação dificilmente fará diferença significativa nos seus resultados.
Fatores que realmente importam
O que muita gente esquece é que o índice glicêmico varia conforme o preparo. Os números podem variar conforme o tipo de preparação das batatas (ou seja, se ela foi cozida, assada ou frita), a forma de cultivo, a quantidade de fibras e a textura de alimentos. Uma batata-doce frita pode ter um índice glicêmico maior que uma batata inglesa cozida, por exemplo.
Comparando os nutrientes
Em 100g de cada batata cozida, temos diferenças nutricionais que podem influenciar na escolha:
Batata-doce
- Calorias: 77
- Carboidratos: 18,4 g
- Fibras: 2,2g
Batata inglesa
- Calorias: 52
- Carboidratos: 11,9g
- Fibras: 1,3g
A batata-doce é melhor em termos de vitaminas, principalmente vitamina A, e também tem mais fibras do que a batata inglesa. A batata inglesa tem mais de minerais do que a batata-doce.
Para quem treina: energia na medida certa
A principal função do carboidrato é fornecer energia, além de ser o principal “combustível” para o cérebro. E aqui está o ponto principal: ambas as batatas fornecem carboidratos de qualidade para seus treinos.
Pré-treino: qual escolher?
Se você precisa treinar em 30 minutos nesse caso, escolha carboidratos de rápida absorção, já que eles fornecem energia de forma mais ágil. Nesse caso, a batata inglesa pode ser ligeiramente mais vantajosa por ter absorção um pouco mais rápida.
Agora, se você tem mais tempo antes do treino (1 a 2 horas), a batata-doce pode ser interessante. Sua absorção mais lenta garante energia constante durante toda a atividade física, evitando quedas bruscas de energia no meio do exercício.
Pós-treino: recuperação eficiente
Após um treino intenso, o corpo precisa de nutrientes para se recuperar e repor suas reservas de energia. Nesse momento, tanto a batata-doce quanto a inglesa funcionam bem, desde que combinadas com uma fonte de proteína.
Hipertrofia: as duas são aliadas
Para quem busca ganho de massa muscular, a notícia é boa: Quando o objetivo é aumentar a massa muscular, tanto a batata-doce quanto a batata inglesa são excelentes fontes de carboidratos, ajudando a alcançar o ganho calórico necessário para a hipertrofia. O mineral potássio exerce um papel importante no controle muscular e na função nervosa. E adivinhe? A batata inglesa ganha disparado nesse quesito, com mais que o dobro de potássio que a batata-doce.
Emagrecimento: Controle das porções
Se o objetivo é perder peso, o segredo não está no tipo de batata, mas na quantidade consumida. A batata inglesa tem menos calorias por 100g, mas isso não significa que seja automaticamente melhor para emagrecer. O que determina o emagrecimento é o déficit calórico total da dieta, não um alimento isolado.
Quebrando o terrorismo nutricional
Existem pontos mais importantes para uma dieta do que apenas escolher entre uma ou outra batata. A consistência na dieta, a qualidade do sono, o nível de atividade física e até a genética influenciam muito mais seus resultados do que a escolha entre essas duas opções.
As diferenças não são grandes o suficiente para que a batata inglesa seja considerada uma opção ruim. Na prática, ambas são excelentes fontes de carboidratos e podem ser incluídas em uma alimentação equilibrada.
O veredito final
A escolha entre batata inglesa (ou branca) e batata-doce para ganhar massa muscular depende de suas preferências pessoais e de seus objetivos nutricionais. Não existe uma resposta única que sirva para todos.
Imagem: Freepik
Então, da próxima vez que alguém demonizar a batata inglesa na academia, você já sabe: o problema não está na batata, mas na falta de informação. E você, qual das duas prefere no seu prato?
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