Nem sempre os sintomas de ansiedade infantil aparecem da forma como os adultos imaginam. E, justamente por isso, muitos sinais importantes acabam sendo ignorados. Muitos pais demoram a perceber que algo não está bem. Às vezes, confundem ansiedade com birra, preguiça ou timidez. Só que, quanto mais tempo os sintomas passam sem atenção, maior a chance de a ansiedade se tornar um obstáculo na vida social, escolar e emocional da criança.
Uma criança que evita ir à escola. Outra que chora por qualquer motivo. Algumas que se queixam de dores sem explicação, esses podem ser os sinais de mais atenção que os pais precisam ter. Continue sua leitura e saiba mais.
O que é ansiedade infantil?
Toda criança sente medo, insegurança ou nervosismo de vez em quando. Esses sentimentos fazem parte do desenvolvimento. Mas quando essas emoções aparecem com frequência, intensidade e sem motivo claro, podem indicar ansiedade.
A ansiedade infantil pode ter várias formas. Desde o medo de ficar longe dos pais (ansiedade de separação) até a preocupação constante com tudo ao redor (transtorno de ansiedade generalizada). Existem ainda casos de fobia social, pânico e até mutismo seletivo, quando a criança para de falar em determinados ambientes.
O que pode causar ansiedade e depressão em crianças?
Nem sempre é fácil entender por que uma criança começa a apresentar sinais de ansiedade ou depressão. Muitas vezes, os sintomas aparecem aos poucos, sem um motivo claro. Mas a verdade é que há vários fatores que podem contribuir para isso, e muitos deles não estão sob controle direto dos pais.
A origem desses transtornos costuma ser uma combinação de aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Ou seja, não se trata de algo que a criança “escolhe sentir”, nem é resultado apenas da criação ou do ambiente.
Imagem: Freepik
Fatores que aumentam o risco
- Problemas na gestação
- Histórico familiar
- Depressão materna
- Bullying
- Abusos e agressões
- Privação de sono
- Ausência dos pais na rotina
- Falta de brincadeiras e interação com outras crianças
Quais são os sinais mais comuns?
- Dificuldade para dormir: Muitos pais relatam que os filhos não conseguem pegar no sono, têm pesadelos frequentes ou voltam a fazer xixi na cama.
- Medos exagerados: Se a criança demonstra pavor em situações simples, como ficar sozinha ou participar de atividades com outras crianças, é hora de prestar atenção.
- Queixas físicas constantes: Dor de barriga, dor de cabeça, náuseas… esses sintomas podem aparecer toda vez que algo a incomoda emocionalmente.
- Apego excessivo aos pais: Choro para ir à escola, dificuldade de ficar com outras pessoas e crises de pânico ao se separar de figuras de confiança.
- Mudança nos hábitos alimentares: Perda de apetite repentina ou comer demais sem fome podem ser formas de lidar com a ansiedade.
- Explosões emocionais: Raiva, choros intensos, impaciência e dificuldade para lidar com frustrações são comuns em crianças ansiosas.
- Dificuldade de concentração: Problemas de foco e memória podem ser confundidos com desatenção escolar, mas muitas vezes estão ligados à ansiedade.
- Baixa autoestima: Crianças ansiosas costumam se sentir insuficientes, inseguras e preocupadas com o que os outros pensam.
Quando é hora de procurar ajuda?
É natural que pais fiquem em dúvida. Nem sempre é fácil saber quando a situação realmente precisa de apoio profissional. Mas se os comportamentos persistem por semanas, afetam a rotina e o bem-estar da criança, é indicado procurar um psicólogo infantil.
O acompanhamento especializado pode identificar o tipo de ansiedade, orientar os pais e oferecer estratégias para aliviar os sintomas. Em alguns casos, pode ser recomendada a terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou outras abordagens adaptadas à idade. A presença da família é fundamental nesse processo. Crianças que se sentem seguras e compreendidas tendem a responder melhor ao tratamento.
Pesquisas divulgadas no Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology indicam que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem mostrado bons resultados no tratamento da ansiedade infantil, com melhorias visíveis já nas primeiras etapas do acompanhamento.
Confira o portal do Sena Nutri diariamente para mais informações sobre saúde e bem-estar emocional.